O sal das salinas de Rio Maior foi desde sempre considerado o melhor sal de Portugal e nos últimos anos tem sido vendido ao lado dos melh...
O sal das salinas de Rio Maior foi desde sempre considerado o melhor sal de Portugal e nos últimos anos tem sido vendido ao lado dos melhores sais do mundo. Da produção anual da salinas de Rio Maior, cerca de 40% é exportado para o norte da Europa para vários fins nutricionais e terapêuticos. Ainda hoje, para preservar a sua qualidade, ele é extraído de forma artesanal.
A melhor colheita do ano das salinas de Rio Maior é reservada aos Chefes de cozinha adoram o sabor deste sal e os nutricionistas apreciam os seus minerais e oligoelementos.
O seu reconhecimento ao longo da história
As salinas de Rio Maior são as únicas Salinas de interior que existem em Portugal e as únicas na Europa que nunca interromperam a sua exploração.
Durante o período medieval, derivado à importância do sal na época e à sua qualidade, a exploração das salinas de Rio Maior competia ao Rei D. Afonso V, o Africano. O Rei recebia um quarto de toda a produção, possuía cinco talhos e a exclusividade da venda do sal.
Outro exemplo da comprovada qualidade do sal de Rio Maior é descrito pelo médico do Rei D. João V, o Dr. Francisco da Fonseca Henriques (1665-1731). Ele refere o sal das salinas de Rio Maior no seu magistral “Aquilégio Medicinal” (1726, pág. 99), onde lhe atribui propriedades terapêuticas medicinais: “….No Lugar do Riomayor, termo da Villa de Santarem, distante do mar seys legoas, rebenta hum olho de agoa salgada, de que se fabrica sal, muyto mays activo, que o das marinhas, de que ordinariamente se usa;….”
Mais tarde a comprovar a qualidade do sal de Rio Maior foi o conhecido Dr. Constantino Botelho de Lacerda Lobo (1753-1822). Este sábio professor de Física da Universidade de Coimbra foi também membro da Academia das Ciências de Lisboa. Entre 1789 e 1791 estudou incessantemente sobre a economia marítima portuguesa, essencialmente sobre a atividade da pesca e da salinicultura. Ao examinar o sal das salinas de Rio Maior no laboratório da Universidade de Coimbra ele concluiu:“…Entre todos os saes de que fiz analyse, o de Rio Mayor por ter os saes muriaticos terreos em menor quantidade he o melhor para a salgação” (1812, p248).
Pinho Leal (1816 – 1884) também refere as salinas de Rio Maior no seu dicionário “Portugal Antigo e Moderno” (1876, p.305). Nessa obra refere sumariamente a origem e as principais caraterísticas como também enaltece as qualidades do sal extraído nas marinhas, considerando-o de “puríssimo, sem mistura de muriatos calcareos e magnesianos que se encontram nos outros saes comuns.”
O engenheiro químico francês Charles Lepierre, que trabalhou na Universidade de Coimbra e escreveu o livro “A indústria do sal em Portugal” (1936), também analisou o sal de Rio Maior. Ele refere que o sal das salinas de Rio maior, era vendido nesta época como um sal de luxo e era pelo menos quatro vezes mais caro que o sal marinho tradicional. Charles Lepierre ficou conhecido pelo seu trabalho analítico sobre águas minero-medicinais portuguesas.
Fonte: Salinium